1. Identificação
1.1 Acadêmica:
Cleira
Martys Pinto de Queiroz Batista, portadora da matrícula número:09/0052480,
acadêmica do curso de graduação em Artes Visuais, pela Universidade Aberta do
Brasil – UAB / UNB, cursando o 7º Semestre, 13º Bimestre do referido curso.
Pertencente ao Pólo de Palmas, estado do Tocantins, residente e domiciliada na
cidade de Peixe, Tocantins localizada ao sul do estado, especificamente situada
a 320 km do Pólo/Palmas.
2. Tema
O Projeto - ”Os
negros: da trajetória às influências”
3. Poética a ser utilizada
Para
dar forma a este projeto será utilizado à pesquisa bibliográfica, a
contextualização dos resultados e a técnica expressiva em Arte será o desenho.
4.Justificativa
O
Projeto - ”Os negros: da trajetória às influências”, visa mostrar como esse povo
chegou ao Brasil e quais as suas principais contribuições para com a identidade
cultural do país.
O tema proposto nesse trabalho será abordado interdisciplinarmente
nas disciplinas de Arte e História. Observa-se que a arte sempre esteve presente no cotidiano humano
através de suas múltiplas linguagens, passadas direta ou indiretamente de
geração em geração, o mesmo acontece com a história do homem ao longo dos tempos.
A
escolha da temática
supramencionada para ser trabalhada nesse projeto é m anseio pessoal, pois, na
Região sul do Estado do Tocantins, onde está localizada a cidade de Peixe, as
raízes afro são muito fortes. As contribuições dos negros na formação
identitária dos habitantes dessa região
se estendem desde os costumes às expressividades por meio das danças culturais
dentre outros veios sociais.
Para
tanto, a disciplina de História é o caminho perfeito a ser percorrido pelos
educandos em uma pesquisa que terá inicio com a identificação da origem dos
negros e como eram trazidos para o Brasil. O entrelaçamento da referida
disciplina com a disciplina de Arte acontecerá com a expressividade por meio de desenhos sobre o tema na disciplina de Arte,
uma vez que essa técnica é uma linguagem universal e de fácil compreensão tanto
por quem o faz como para om espectador..
5.
Objetivo Geral
Evidenciar
a história dos negros e suas principais
contribuições para/na formação identitária do povo brasileiro através da
pesquisa bibliográfica e da técnica do desenho.
5.1
Objetivos específicos
Estimular a pesquisa ao acervo bibliotecário da
unidade escolar;
Conhecer, valorizar e respeitar a diversidade
cultural existente no Brasil a partir de seu contexto histórico;
Utilizar o desenho como linguagem artística em suas
produções;
Respeitar a sua própria produção e dos colegas.
6.
Público alvo
O
projeto atenderá os alunos do 5º ano do Ensino fundamental, os quais já possuem
em sua grade curricular conteúdos
voltados ao tema proposto. Com realização do projeto e o desenrolar de suas
etapas os educandos terão oportunidade de conhecer, identificar, valorizar e
respeitar as diversidades culturais advindas da cultura negra as quais fazem
parte de nossa realidade.
7.
Metodologia
A disciplina de Arte oportuniza a
expressividade por meio de suas múltiplas linguagens e que ultrapassam os
limites do tempo, no entanto, para dar inicio aos desenhos propriamente ditos,
o projeto está subdividido em algumas etapas como:
1ª
etapa: pesquisar no acervo bibliotecário o tema abordado (em grupo);
2ª
etapa: Socializar os resultados da pesquisa e exibir alguns vídeos que tratam
sobre o tema;
3ª
etapa: Definir por escrito uma sequência histórica dos fatos;
4ª
etapa: levantar as contribuições deixadas pelos negros na região Sul do estado
do Tocantins (lista-las em papel pardo).
5ª
etapa: concluir esboçando por meio de desenhos a história dos negros até suas influências;
6ª
etapa: socializar(expor) os
trabalhos/desenhos realizados pelos educandos.
8. Recursos
Levantamento do conteúdo no acervo bibliotecário,
folha A4, lápis, pincel atômico, papel pardo, cartolina em tamanho A3,
borracha, lápis de cor, criatividade.
9. Fundamentação teórica
De acordo com os fatos históricos os negros começaram a ser Introduzido no
Brasil com os primeiros engenhos de açúcar de São Vicente. Para alguns historiadores,
os escravos africanos aqui chegaram com Martim Afonso de Sousa, em sua
expedição de 1532. Durante quase 50 anos este tráfico foi regular, e em 1583
realizou-se o primeiro contrato para a introdução da mão-de-obra africana no
Brasil, assinado entre Salvador Correia de Sá, governador da Cidade do Rio de
Janeiro, e São João Gutiérres Valéria. Um século mais tarde já havia nas
lavouras brasileiras 50 mil escravos negros, a maioria em Pernambuco. Em 1755,
o Marquês de Pombal criou a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão
e, em 1759 a de Pernambuco e Paraíba, as quais introduzindo grande número de
negros africanos, fomentaram o progresso material do Nordeste brasileiro.
Os negros eram vendidos pelos seus sobas - chefes de tribos
africanas - aos portugueses, e trazidos para o Brasil, eram de vários pontos do
continente africano: da costa ocidental, entre o Cabo Verde e o da Boa
Esperança; da costa oriental, de Moçambique; e mesmo de algumas regiões do
interior. Por isto, possuíam os mais diversos estágios de civilização. Daí as origens das muitas faces da cultura
africana no Brasil, uma vez que foram pessoas que vieram de lugares e tribos
diferentes, portanto trouxeram consigo as suas características, costumes,
hábitos e crenças. É de grande valia ressaltar que hoje essas peculiaridades
advindas da cultura africana fazem parte da identidade cultural dos
brasileiros, que vai desde a religião, a música, às comidas dentre outros
campos de relevância cultural.
Eles eram
transportados em navios negreiros, funileiros ou tumbeiras, e as descrições
destas viagens - sobretudo as que foram transmitidas através dos apaixonados
versos dos poetas abolicionistas - são de estarrecer como descreve Castro
Alves:
São mulheres
desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Perfazendo esse trajeto marítimo até o Brasil muitos negros
morriam de doenças, maus tratos os males que os acometiam os que conseguiam
chegar com vida sucumbiam-se à escravidão.
Diante de anto tormento essa gente ainda conseguiu fazer uma
junção de sua cultura neste país o que deu
origem a capoeira, ao samba
e outros estilos e cantos
em que os tambores o fazem parte, por exemplo no Sul do Tocantins a
Súcia é uma dança de origem africana, assim como em outros lugares do país a influência negra na cultura musical se expande desde o Maracatu à Congada, Cavalhada(Monte
do Carmo, TO).
A África é o continente com mais
religiões diferentes de todo o mundo. Ainda hoje são descobertos novos cultos e
rituais sendo praticados pelas tribos mais afastadas. Na época da escravidão,
os negros trazidos da África eram batizados e obrigados a seguir o Catolicismo.
Porém, a conversão não tinha efeito prático e as religiões de origem africana
continuaram a ser praticadas secretamente em espaços afastados nas florestas e
quilombos. Atualmente, as religiões
afro-brasileiras constituem um fenômeno relativamente recente na história
religiosa do Brasil. O Candomblé, a mais tradicional e africana dessas
religiões, se originou no Nordeste. Nasceu na Bahia e tem sido sinônimo de
tradições religiosas afro-brasileiras em geral. Com raízes africanas, a Umbanda
também se popularizou entre os brasileiros. Agrupando práticas de vários
credos, entre eles o catolicismo, a Umbanda originou-se no Rio de Janeiro, no
início do século 20.
No que concerne aos pratos que
certamente são outra grande contribuição da cultura africana destaca-se a
feijoada quem tem sua origem nas senzalas, pois era feita das sobras de carnes que os senhores de
engenhos não comiam. Enquanto as partes mais nobres iam para a mesa dos seus
donos, aos escravos restavam as orelhas, pés e outras partes dos porcos, que
misturadas com feijão preto e cozidas em um grande caldeirão, deram origem a um
dos pratos mais saborosos e degustados da culinária nacional. Entretanto,
existem outros pratos que também fazem parte dessa influência a exemplo o vatapá, o acarajé ,o caruru, o
mungunzá, o sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco e muitos outros .
Diante do exposto nota-se que os
negros tem uma relevante contribuição à identidade da cultura nacional e dessa forma pensar a identidade e a
diversidade cultural compreende um todo que compõe a formação de uma
comunidade, para tanto Barbalho afirma:
A
relação identidade/diversidade é fundamental para se perceber as diversas
manifestações culturais que funcionam, como referências identitárias, e muitas
vezes efêmeras, para os vários grupos de uma sociedade. Os sentidos assumidos,
portanto não são fixos e sim processuais e a identidade deixa de ser um fato consumado
para ser uma produção. ... a diversidade não resulta em uma síntese, pelo
contrário, é o pólo identitário que cede à diversidade e se multiplica em
identidades” (BARBALHO, 2007, p.56).
Assim, nota-se que a
identidade e diversidade cultural no que tange às origens e as
contribuições dos negros à sua formação
foram essenciais. Então para melhor compreensão desse contexto histórico o
desenho será a técnica unida à pesquisa bibliográfica para fazer-se
materializar os fatos.
O ato de
desenhar existe desde os tempos da pré-história, como forma de comunicação
visual principal num mundo onde as palavras apenas eram ditas, não escritas.
Assim, o desenho no que tange ao conceito artístico nada mais é do que o uso
das técnicas de desenho para a difusão e comunicação dos pensamentos de um
individuo. Tratado definitivamente como arte a partir da Renascença tornou-se a
base para praticamente toda manifestação artística onde a imagem é retratada em
um plano existente. Uma vez que a partir do século XV o desenho começou
a tornar-se elemento fundamental da criação artística, um recurso essencial
para se chegar à obra final. Para alguns artistas como Leonardo da Vinci,
Albrecht Durer, Michelângelo, Rafael dentre outros renomados da arte que vieram
posteriormente, o desenho é visto e entendido como uma forma de conhecimento. O
que segundo Arslan, desenhar tendo como ponto de partida uma imagem pode
convidar o aluno a pensar uma nova composição, um jeito de representar algo.
Partindo dessa afirmação pode-se observar que o desenho é um campo amplo
para/na criação de uma pessoa basta colocar em prática o ato de fazer.
10. Referencias
ARSLAN, Luciana Mourão e IAVELBERG
Rosa. Ensino de Arte. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
BARBALHO, Alexandre. Políticas Culturais no Brasil: identidade e
diversidade sem diferença. In: RUBIM, Albino; BARBALHO, Alexandre (Orgs.).
Políticas Culturais no Brasil. Coleção CULT v. 2. Salvador: EDUFBA. 2007.
ORTIZ, Renato. Cultura e Identidade Nacional. São
Paulo:Brasiliense,2005.
DIEESE - Reportagem da revista Com Ciência, editada pela Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC
http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm
acesso em 04 de abril de 2012.
http://transdisciplinaridade.wordpress.com/2011/06/19/projeto-de-desenho-de-arvores-ver-conhecer-e-recriar/
acesso em 17 de abril de 2012.
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