quinta-feira, 7 de junho de 2012

PROJETO INTERDISCIPLINAR


1. Identificação
1.1  Acadêmica:

Cleira Martys Pinto de Queiroz Batista, portadora da matrícula número:09/0052480, acadêmica do curso de graduação em Artes Visuais, pela Universidade Aberta do Brasil – UAB / UNB, cursando o 7º Semestre, 13º Bimestre do referido curso. Pertencente ao Pólo de Palmas, estado do Tocantins, residente e domiciliada na cidade de Peixe, Tocantins localizada ao sul do estado, especificamente situada a 320 km do Pólo/Palmas.

2. Tema
O Projeto -  ”Os negros: da trajetória às influências”

3. Poética a ser utilizada
Para dar forma a este projeto será utilizado à pesquisa bibliográfica, a contextualização dos resultados e a técnica expressiva em Arte será o desenho.

4.Justificativa

O Projeto -  ”Os negros: da trajetória às influências”, visa mostrar como esse povo chegou ao Brasil e quais as suas principais contribuições para com a identidade cultural do país.
O tema proposto nesse  trabalho será abordado interdisciplinarmente nas disciplinas de Arte e História. Observa-se que a arte  sempre esteve presente no cotidiano humano através de suas múltiplas linguagens, passadas direta ou indiretamente de geração em geração, o mesmo acontece com a história do homem  ao longo dos tempos.
            A  escolha da  temática supramencionada para ser trabalhada nesse projeto é m anseio pessoal, pois, na Região sul do Estado do Tocantins, onde está localizada a cidade de Peixe, as raízes afro são muito fortes. As contribuições dos negros na formação identitária dos habitantes  dessa região se estendem desde os costumes às expressividades por meio das danças culturais dentre outros veios sociais.
            Para tanto, a disciplina de História é o caminho perfeito a ser percorrido pelos educandos em uma pesquisa que terá inicio com a identificação da origem dos negros e como eram trazidos para o Brasil. O entrelaçamento da referida disciplina com a disciplina de Arte acontecerá  com a expressividade por meio de  desenhos sobre o tema na disciplina de Arte, uma vez que essa técnica é uma linguagem universal e de fácil compreensão tanto por quem o faz como para om espectador..

5. Objetivo Geral
            Evidenciar  a história dos negros e suas principais contribuições para/na formação identitária do povo brasileiro através da pesquisa bibliográfica e da técnica do desenho.

5.1 Objetivos específicos
Estimular a pesquisa ao acervo bibliotecário da unidade escolar;
Conhecer, valorizar e respeitar a diversidade cultural existente no Brasil a partir de seu contexto histórico;
Utilizar o desenho como linguagem artística em suas produções;
Respeitar a sua própria produção e dos colegas.

6. Público alvo
            O projeto atenderá os alunos do 5º ano do Ensino fundamental, os quais já possuem em sua grade curricular  conteúdos voltados ao tema proposto. Com realização do projeto e o desenrolar de suas etapas os educandos terão oportunidade de conhecer, identificar, valorizar e respeitar as diversidades culturais advindas da cultura negra as quais fazem parte de  nossa realidade.

7. Metodologia
            A disciplina de Arte oportuniza a expressividade por meio de suas múltiplas linguagens e que ultrapassam os limites do tempo, no entanto, para dar inicio aos desenhos propriamente ditos, o projeto está subdividido em algumas etapas como:
1ª etapa: pesquisar no acervo bibliotecário o tema abordado (em grupo);
2ª etapa: Socializar os resultados da pesquisa e exibir alguns vídeos que tratam sobre o tema;
3ª etapa: Definir por escrito uma sequência histórica dos fatos;
4ª etapa: levantar as contribuições deixadas pelos negros na região Sul do estado do Tocantins (lista-las em papel pardo).
5ª etapa: concluir esboçando por meio de desenhos a história dos negros  até suas influências;
6ª etapa: socializar(expor)  os trabalhos/desenhos realizados pelos educandos.

8. Recursos
            Levantamento do conteúdo no acervo bibliotecário, folha A4, lápis, pincel atômico, papel pardo, cartolina em tamanho A3, borracha, lápis de cor, criatividade.

9. Fundamentação teórica
            De acordo com os fatos históricos  os negros começaram a ser Introduzido no Brasil com os primeiros engenhos de açúcar de São Vicente. Para alguns historiadores, os escravos africanos aqui chegaram com Martim Afonso de Sousa, em sua expedição de 1532. Durante quase 50 anos este tráfico foi regular, e em 1583 realizou-se o primeiro contrato para a introdução da mão-de-obra africana no Brasil, assinado entre Salvador Correia de Sá, governador da Cidade do Rio de Janeiro, e São João Gutiérres Valéria. Um século mais tarde já havia nas lavouras brasileiras 50 mil escravos negros, a maioria em Pernambuco. Em 1755, o Marquês de Pombal criou a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão e, em 1759 a de Pernambuco e Paraíba, as quais introduzindo grande número de negros africanos, fomentaram o progresso material do Nordeste brasileiro.
Os negros eram vendidos pelos seus sobas - chefes de tribos africanas - aos portugueses, e trazidos para o Brasil, eram de vários pontos do continente africano: da costa ocidental, entre o Cabo Verde e o da Boa Esperança; da costa oriental, de Moçambique; e mesmo de algumas regiões do interior. Por isto, possuíam os mais diversos estágios de civilização.  Daí as origens das muitas faces da cultura africana no Brasil, uma vez que foram pessoas que vieram de lugares e tribos diferentes, portanto trouxeram consigo as suas características, costumes, hábitos e crenças. É de grande valia ressaltar que hoje essas peculiaridades advindas da cultura africana fazem parte da identidade cultural dos brasileiros, que vai desde a religião, a música, às comidas dentre outros campos de relevância cultural.
 Eles eram transportados em navios negreiros, funileiros ou tumbeiras, e as descrições destas viagens - sobretudo as que foram transmitidas através dos apaixonados versos dos poetas abolicionistas - são de estarrecer como descreve Castro Alves:
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael
.

Perfazendo esse trajeto marítimo até o Brasil muitos negros morriam de doenças, maus tratos os males que os acometiam os que conseguiam chegar com vida sucumbiam-se à escravidão.
Diante de anto tormento essa gente ainda conseguiu fazer uma junção de sua cultura neste país o que deu  origem a capoeira, ao  samba e  outros estilos e  cantos  em que os tambores o  fazem parte, por exemplo no Sul do Tocantins a Súcia é uma dança de origem africana, assim como em outros lugares do país  a influência negra na cultura musical se  expande desde o Maracatu à Congada, Cavalhada(Monte do Carmo, TO).  
            A África é o continente com mais religiões diferentes de todo o mundo. Ainda hoje são descobertos novos cultos e rituais sendo praticados pelas tribos mais afastadas. Na época da escravidão, os negros trazidos da África eram batizados e obrigados a seguir o Catolicismo. Porém, a conversão não tinha efeito prático e as religiões de origem africana continuaram a ser praticadas secretamente em espaços afastados nas florestas e quilombos.  Atualmente, as religiões afro-brasileiras constituem um fenômeno relativamente recente na história religiosa do Brasil. O Candomblé, a mais tradicional e africana dessas religiões, se originou no Nordeste. Nasceu na Bahia e tem sido sinônimo de tradições religiosas afro-brasileiras em geral. Com raízes africanas, a Umbanda também se popularizou entre os brasileiros. Agrupando práticas de vários credos, entre eles o catolicismo, a Umbanda originou-se no Rio de Janeiro, no início do século 20.
            No que concerne aos pratos que certamente são outra grande contribuição da cultura africana destaca-se a feijoada quem tem sua origem nas senzalas, pois era  feita das sobras de carnes que os senhores de engenhos não comiam. Enquanto as partes mais nobres iam para a mesa dos seus donos, aos escravos restavam as orelhas, pés e outras partes dos porcos, que misturadas com feijão preto e cozidas em um grande caldeirão, deram origem a um dos pratos mais saborosos e degustados da culinária nacional. Entretanto, existem outros pratos que também fazem parte dessa influência  a exemplo o vatapá, o acarajé ,o caruru, o mungunzá, o sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco e muitos outros .
            Diante do exposto nota-se que os negros tem uma relevante contribuição à identidade da cultura nacional  e dessa forma pensar a identidade e a diversidade cultural compreende um todo que compõe a formação de uma comunidade, para tanto Barbalho afirma:
A relação identidade/diversidade é fundamental para se perceber as diversas manifestações culturais que funcionam, como referências identitárias, e muitas vezes efêmeras, para os vários grupos de uma sociedade. Os sentidos assumidos, portanto não são fixos e sim processuais e a identidade deixa de ser um fato consumado para ser uma produção. ... a diversidade não resulta em uma síntese, pelo contrário, é o pólo identitário que cede à diversidade e se multiplica em identidades” (BARBALHO, 2007, p.56).

Assim, nota-se  que a  identidade e diversidade cultural no que tange às origens e as contribuições  dos negros à sua formação foram essenciais. Então para melhor compreensão desse contexto histórico o desenho será a técnica unida à pesquisa bibliográfica para fazer-se materializar os fatos.
 O ato de desenhar existe desde os tempos da pré-história, como forma de comunicação visual principal num mundo onde as palavras apenas eram ditas, não escritas. Assim, o desenho no que tange ao conceito artístico nada mais é do que o uso das técnicas de desenho para a difusão e comunicação dos pensamentos de um individuo. Tratado definitivamente como arte a partir da Renascença tornou-se a base para praticamente toda manifestação artística onde a imagem é retratada em um plano existente. Uma vez que a partir do século XV o desenho começou a tornar-se elemento fundamental da criação artística, um recurso essencial para se chegar à obra final. Para alguns artistas como Leonardo da Vinci, Albrecht Durer, Michelângelo, Rafael dentre outros renomados da arte que vieram posteriormente, o desenho é visto e entendido como uma forma de conhecimento. O que segundo Arslan, desenhar tendo como ponto de partida uma imagem pode convidar o aluno a pensar uma nova composição, um jeito de representar algo. Partindo dessa afirmação pode-se observar que o desenho é um campo amplo para/na criação de uma pessoa basta colocar em prática o ato de fazer.

10. Referencias

ARSLAN, Luciana Mourão e IAVELBERG Rosa. Ensino de Arte. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
BARBALHO, Alexandre. Políticas Culturais no Brasil: identidade e diversidade sem diferença. In: RUBIM, Albino; BARBALHO, Alexandre (Orgs.). Políticas Culturais no Brasil. Coleção CULT v. 2. Salvador: EDUFBA. 2007.
ORTIZ, Renato. Cultura e Identidade Nacional. São Paulo:Brasiliense,2005.
DIEESE - Reportagem da revista Com Ciência, editada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC
http://www.culturabrasil.org/navionegreiro.htm acesso em 04 de abril de 2012.


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