Cleira Martys Pinto de Queiroz Batista
O estado do Tocantins tem como predominância morfoclimática no domínio do cerrado um clima tipicamente Tropical, havendo a alternância entre uma estação seca(de estiagem) e a outra chuvosa, o que reflete em sua vegetação.
Inseridos nesse domínio os munícipes da cidade de Peixe tem o privilegio de contar com os rios, recursos naturais que abraçam a cidade. Esta é banhada pelas águas do rio Tocantins que perpassa a área urbana do município e desemboca rumo ao norte do estado e também pelo Rio Santa Tereza .
Durante os feriados prolongados e finais de semana um dos meios de lazer encontrado pela comunidade ribeirinha e adjacências é usufruir das recursos naturais disponibilizadas pelas águas dos rios e bancos de areia que se apresentam durante todo o ano em muitos lugares à suas margens. As águas transparentes em tons variados de azul e verde são um convite a quem as vê, chega a ser um verdadeira tentação impossível de resistir não adentrá-las e tomar um banho proveitoso sob o céu azulado e o sol escaldante do estado do Tocantins.
Durante o feriado prolongado de outubro/2019 muitas pessoas estavam acampadas e fazendo uso das belezas naturais às margens do Rio Tocantins, não poderia ficar imune a esta tentação, também estávamos em um rancho(Por do Sol) situado na margem direita do rio bem depois da tão afamada Praia da Tartaruga. No domingo resolvemos sair bem cedinho em uma expedição rumo ao encontro das águas do Rio Tocantins e Rio Santa Tereza, local popularmente conhecido como “Barra”. Localidade onde as águas do rio Santa Tereza encontra as águas do rio Tocantins, ou seja, ambos se entrelaçam e descem juntinhos tornando-se uma só força hídrica que acalenta os dias quentes das comunidades ribeirinhas e constrói um caminho de ressignificação do “belo natural” ao longo do seu curso.
Nessa expedição, descendo rio abaixo foi possível perceber a biodiversidade existente em nossa região e a grandeza do Criador vislumbrando os cenários perfeitos de mata verde em início de período chuvoso, as espécies nativas e também os peixes visíveis, haja vistas que as águas do rio Tocantins nesse dia estavam muito limpa e transparentes. Foi possível perceber cardumes de piau flamengo, arraias de vários tamanhos e um surubim muito lindo nadando de forma camuflada por entre as pedras no fundo d’água, além de poder apreciar as variedades de aves e o voo do tuiuiú tirando rasantes no céu azul.
Descrever esse cenário nos obriga a falar da biodiversidade, que de acordo apontam estudos recentes divulgados por sites do estado, mostra que o Estado do Tocantins tem catalogadas mais de duas mil diferentes espécies vegetais, sendo 20 raras e 156 ameaçadas de extinção. Os números são de um inventário realizado pelo governo do Estado sobre a biodiversidade da região, que faz parte da Amazônia Legal.
Entretanto, nem tudo são flores nesse recanto de belezas naturais, há sinais graves da ação devastadora do homem no que tange ao respeito e uso de forma sustentável desse domínio natural dentro e nas cercanias do rio Tocantins. Além da parte que evidencia as belezas existentes nesse trecho do rio foi possível perceber que os produtos que mais poluem o ambiente supramencionado são latas de alumínio oriundas de refrigerante, enlatados e cerveja, objetos plásticos como sacola, embalagens tipo recipientes, garrafas de 2 litros de refrigerante deixadas por pescadores dentro do rio amarradas com pedaços de linhas e anzol no acúleo, popularmente conhecida entre os pescadores como “boia de pescar”(armadilha caseira para peixes), estas descem e ficam enganchadas na vegetação ciliar do rio. Percebe-se que as pessoas que fazem uso dessa modalidade de pesca não possuem a preocupação de recolher todas as boias lançadas ao rio.
Há um dito popular que diz assim: ”a beleza não é pro resto da vida”. Cito devido à tristeza em ver uma obra prima de Deus sendo consumida aos poucos pela ação humana, pois ano após ano é possível perceber as modificações ocorridas nas margens e no próprio leito do rio. Dito isso, se faz necessário um olhar voltado para a preservação do meio ambiente no concernente a fauna, flora e recursos hídricos, pois com as novas demandas voltadas para o uso dos recursos naturais de forma sustentável é perfeitamente possível a biodiversidade prosperar, em harmonia, com o homem e o progresso local.
A alusão ao progresso torna-se pertinente devido à cidade de Peixe ser um dos municípios latentes na rota do Turismo Nacional, pois recebe turistas durante todo o ano advindos de diversas partes do Brasil e de outros países que se encantam com a natureza que circunda o município, percebendo-o como um berço da biodiversidade, no entanto, vale ressaltar que em um momento tão crucial para a economia local o desrespeito com a mãe natureza poderá comprometer para sempre todo o cenário natural acima descrito.
Preservar a natureza é preservar também o turismo crescente, a geração de emprego aos munícipes e promover de forma sustentável o usufruto de todos os recursos naturais para que assim possam ser desfrutado no presente e por gerações futuras com a mesma observância em relação ao ato de preservar e quebrar o tabu no que tange ao dito popular de que “a beleza não é pro resto da vida”, ou seja, se o homem souber utilizar-se da mãe natureza com um olhar voltado para sustentabilidade certamente teremos as belezas naturais para todo sempre...amém.
Registro fotográfico do percurso
Referencias
https://www.google.com.br/search?q=biodiversidade+no+tocantins
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/dominios-morfoclimaticos.htm
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