domingo, 15 de janeiro de 2012

A arte: rupestre, indígena e barroca, na formação da identidade do povo brasileiro.

A atividade artística permeia a evolução humana desde os primórdios, haja vistas, que é por meio do registro destas atividades que o homem deixou os primeiros indícios que de alguma forma dão sentido e concretizam o sentido artístico e histórico às suas experiências do cotidiano vivido.
O homem pré-histórico ao desenhar em paredes das cavernas ou até mesmo em pedras a céu aberto deixou para as gerações vindouras um verdadeiro legado, a arte rupestre, que mesmo nos dias de hoje ainda é objeto de estudo da sociedade contemporânea.
Considerada uma fonte histórica de ensinamento onde os estudiosos buscam a compreensão dos desenhos e objetos encontrados nos chamados sítios arqueológicos espalhados pelo mundo.
No Brasil os principais sitos arqueológicos estão localizados nos estados: Piauí (Parque Nacional da Serra da Capivara e Cariris Velho); Minas Gerais (Lagoa Santa e Peruaçu); Mato Grosso (Rondonópolis). Existem muitos outros lugares onde a própria comunidade encontrou esses vestígios, mas nas nem sempre são catalogados e estudados por uma área especifica do governo estadual e federal o que na maioria das vezes dão lugar a implacável fúria do progresso e parte da história outrora encontrada se perde para sempre.
Não se pode deixar de mencionar que as pinturas rupestres mais antigas encontradas em território nacional estão localizadas na Serra da Capivara, no Piauí, datando segundo os estudiosos aproximadamente 13.000 anos antes de Cristo.
Então é partindo desses “achados” que os arqueólogos buscam organizar e aproximar a população contemporânea da realidade vivida pelo homem pré-histórico e dessa forma traçar a sua evolução.
O que se observa é que mesmo em épocas distintas cada povo contribuiu à sua maneira com os processos evolutivos da humanidade, um bom exemplo a citar são os povos indígenas que antes mesmo dos portugueses aportarem no Brasil eles já viviam em grande número em sua maioria localizados nos litorais do país regiões onde a caça, a pesca e a cultivo da terra eram fartos, local ideal para uma comunidade viver.
Sobre os primeiros habitantes desta terra pode-se afirmar que através de seus afazeres diários deixaram um vasto campo cultural e crendices seculares no que tange a sabedoria em lhe dar com a natureza e a espiritualidade.
A arte indígena é toda cheia de conceitos e significações esta vem desde a pintura facial que reflete o estilo especifico do grupo às cestarias que além de serem bonitas e boas devem serem uteis, assim como a denominada arte plumária.
Dentro da cultura indígena o que mais chama a atenção certamente é a secularidade perpetuada em todos os seus fazeres, ou seja, tudo deve seguir o estilo usado pelos antepassados, onde a tradição é referencia essencial nas atividades de cada tribo.
Os anos se passaram, os índios perderam suas terras, foram praticamente extintos demograficamente e hoje luta para ter uma educação assegurada em sua própria língua inclusive ter registros escritos em sua própria língua (língua materna), no entanto, a secularidade garantiu-lhes a preservação de suas respectivas culturas.
Indiferente à época, a sociedade, as pessoas de cada uma delas possuíam e possuem objetos e técnicas distintos apesar das semelhanças, pois desde os tempos mais remotos até os dias atuais, a criatividade e a exploração das cenas do cotidiano tem se manifestado sem cessar em forma de arte.
O tempo passou e o Brasil tornou-se uma mima de ouro para os portugueses, a população aumentou consideravelmente, então, surge o etilo Barroco no Brasil, este foi diretamente influenciado pelo barroco português, porém, com o tempo, foi assumindo características próprias.
A grande produção artística barroca no Brasil ocorreu nas cidades auríferas de Minas Gerais, no chamado século do ouro (século XVIII) e na Bahia, pois era lá que a produção de açúcar movimentava a sociedade da época. Estas cidades eram ricas e possuíam uma intensa vida cultural e artística em pleno desenvolvimento.
As ordens religiosas procuravam através da imponência das imagens e das obras arquitetônicas pretendiam reafirmar o caráter sagrado dos santos e templos religiosos, onde o impacto visual prende a atenção dos apreciadores. Os grandes nomes do Barroco no Brasil foram o escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e o pintor Manoel da Costa Ataíde.
Oportunamente faz-se necessário ressaltar que o estilo Barroco traduz a tentativa de conciliação de forças como: o bem e mal; pureza e pecado; corpo e espirito; paganismo e cristianismo dentre outras.
Em linhas gerais suas características mais visíveis são a busca de efeitos decorativos e visuais, o entrelaçamento entre a arquitetura e a escultura, efeitos ilusórios na pintura e por fim o emocional sobre o racional.
Diante dessas definições que conceituam o Barroco pode-se afirmar que o Brasil é uns pais barroco, tendo em vista as características deste estilo.
Em suma, a pluralidade cultural brasileira é perfeitamente explicável, onde há múltiplas influencias nota-se a diversidade de saberes que vão desde a arte, à culinária especifica de cada região do país, levando em consideração a predominância de sua gente. Uma vez que cada região possui seus fatores de influencia como, por exemplo, os estados onde existe um número maior de aldeias indígenas, a cultura tende a ser uma pluralidade onde se manifesta de forma visível as referencias indígenas.
Assim, o homem ao produzir sua arte leva em consideração os acontecimentos históricos e obviamente sua real situação social, econômica e politica, dessa forma sempre que se observa a arte rupestre, a arte indígena, a arte barroca ou outro estilo, nota-se que tudo está carregado de história, de um tempo próprio e peculiar de cada época tendo por base a visão (olhar) critica de quem as reproduz.
O fato é que o ser humano necessita da arte para expor suas emoções, eternizar situações, contar a história.




Referencias Bibliográficas:

TIRAPELI, Percival. Arte Indígena do Pré-Colonial a Contemporaneidade. Cia Editora! Nacional: São Paulo. 2006.

Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=5354. Acesso em :26 de março de 2011.

Disponível em:
http://www.girafamania.com.br/americano/materia_brasil-arterupestre.html . Acesso em 24 de março de 2011.

DOCUMENTÁRIO. Neide Guidon (Arqueóloga). Obra Revelada. Disponível em http://uab.unb.br/moodle/mod/resource/view.php?id=69990 . Acesso em 24 de março de 2011.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Museu Paulista da USP- Museu do Ipiranga

São muitas ás obras de arte que podem ser vistas virtualmente, as quais pertencem ao acervo do Museu Paulista da USP (MP), conhecido como Museu do Ipiranga.
A escolha desse endereço/museu para visitas virtuais se deve ao fato de que ali está sendo contado por meio de informações visuais, objeto (utensílios, peças religiosas, manuscritos, etc.) um bom trecho da história brasileira datados do século XIX e XX.
Ao acessar o endereço eletrônico /site abre-se varias janelas dentre as quais possuem uma separação, ou seja, um critério de/para exposição por meio de ambientes separados como sala, cozinha, dentre outros, a exemplo, no primeiro ambiente podem-se observar objetos como cômoda, jarros, cristais e principalmente retratos de pessoas, provavelmente da família real. Tudo meticulosamente preservado e ali desposto mantendo uma ambientação bastante familiar e tradicional bem próximo a realidade vivenciada neste período, Brasil colônia; Segundo ambiente, está exposto um documentário por meio de desenhos, fotos, móveis, e manuscritos os quais descrevem como eram as casas e as ruas do século XIX; Terceiro ambiente a sala de jantar e a cozinha, nesta existe um riqueza de detalhe muito grande do fogão às comidas a serem preparadas. A mesma divisão segue para as outras janelas de acesso ao museu.
Enfim neste espaço é possível viajar no tempo e conhecer um pouco dos costumes, dos hábitos, das roupas de época, o processo de divisão do trabalho, ver através das pinturas a óleo como se desenrolou a abordagem portuguesa em terras brasileiras e os primeiros anos da colonização e por fim a independência proferida às margens do riacho Ipiranga. É uma viagem na história de nosso país, um conteúdo rico a ser trabalhado com alunos e professores.
Pode-se afirmar que o museu virtual do Ipiranga objetiva mostrar por meio da preservação de fatos, obras e objetos como se deu o processo desde a vinda da família real para o Brasil até a Independência dessa nação, isto é, vivenciar a história por meio da arte e da visualidade observada ao adentrar nos ambientes disponíveis para acesso.
Partindo dessa premissa organizei a exposição contendo as seguintes obras na ordem dos acontecimentos históricos, digamos que seja uma pequena linha do tempo imagética onde possamos visualizar e contar a história.


Exposição: “ Da fuga a independência”.




Dom Pedro, quadro de Benedicto Calixto, 270 × 448 – exposto no Museu do Ipiranga".



Fundação de São Paulo( 1909),óleo sobre tela, 185 x 340 cm, por Oscar Pereira da Silva (1867-1939)




Esta é obra Fundação de São Vicente, óleo sobre tela, 65x100 cm, 1532 pintada por Benedito Calixto.



"O Grito do Ipiranga" de Pedro Américo (óleo sobre tela, 1888).




304 × 227 - Pintura Independência ou Morte, óleo sobre tela de Pedro Américo.



Esta é uma parte do salão nobre do Museu do Ipiranga e o quadro da independencia, que juntos formam um novo conjunto,uma nova obra que me atrevo a dizer, formou uma bela composição artistica o retrato de Dom Pedro na parte superior da tela(parede), rodeado pelos detalhes do prédio.

1.Roteiro Educativo

O presente roteiro educativo vem com temas a serem relatados no momento da visita pelo acompanhante, neste caso, o professor que fará estes breves comentários a cerca de nossa história, ou ainda poderão estar em slides com as fotos e a história por escrito.

1.2 A vinda da família real para o Brasil:

Ao visitar esta pequena exposição serão relatados em breve comentário os motivos da vinda da família real para o Brasil.

1.3 O governo:

O príncipe Regente, Dom Pedro.

1.4 A edificação das cidades:

Como esse processo ocorria no meio da densa floresta, as pessoas envolvidas, os nativos.
1.5 O grito de independência:

Os motivos que levaram Dom Pedro a proclamar a nossa independência de Portugal.

1.6 O patrimonio cultural nacional.

O museu do Ipiranga, sua função social.

Fontes de pesquisa:

Site:http://www.sp360.com.br/site/conteudo/index.php?in_secao=37&in_idioma=1&in_conteudo=85&thisMediaId=2806 acesso em 17/10/2011.

Site de pesquisa: http://www4.usp.br/index.php/cultura/1185 acesso em 18/10/2011.

Site:http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=MUSEU+DO+IPIRANGA+parte+interna-exposi%C3%A7%C3%B5es&gs_sm=e&gs_upl=4673l12974l0l13143l25l22l0l0l0l0l2018l17930l6-12.4.1.1l18l0&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.,cf.osb&biw=1026&bih=670&um=1&ie=UTF-8&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi#um=1&hl=pt-BR&tbm=isch&sa=1&q=MUSEU+DO+IPIRANGA+obras+de+pedro+am%C3%A9rico&oq=MUSEU+DO+IPIRANGA+obras+de+pedro+am%C3%A9rico&aq=f&aqi=&aql=1&gs_sm=e&gs_upl=44913l50632l0l51245l46l18l0l0l0l8l746l5996l5-9.1l10l0&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.,cf.osb&fp=6f41b1d29276e71a&biw=1026&bih=670 acesso em 20/10/2011.

CIDADE DE PEIXE

MAPA CULTURA VIVA - REGIÃO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS
Cleira Martys Pinto de Queiroz Batista

Para desenhar o mapa cultural da minha região faz-se necessário descrever em que local estou situada. Moro na cidade de Peixe, localizada na região norte do país e na parte sul do estado do Tocantins às margens do rio também denominado Tocantins.
É neste contexto que vejo se manifestar a diversidade da cultura tocantinense. São muitas estórias, receitas de chás, benzimentos, rezadeiras de bendito, comidas típicas, bolos e as tradicionais festas em homenagens aos santos das regiões que veem carregadas de folclores, ritos e tradição.
Aqui não existe um lugar próprio para exposições, como um Museu, entretanto como em toda cidade interiorana temos a Banda de Música Municipal Santa Cecília, onde pessoas da comunidade a partir de 7 anos de idade podem se matricular para aprender a tocar os vários instrumentos que a compõe. Há o Centro de cultura(Escola de Música Municipal Tenente Regino) onde funciona aulas de viola, violão e teclado disponível para todos os interessados, a matrícula é realizada anualmente e o prédio que abriga essas atividades é na sede da Secretaria Municipal de Cultura. Os demais eventos culturais vivenciamos ao vivo e a cores.



Nas cidades circunvizinhas (Gurupi, natividade, Santa Rosa) já existem eventos culturais de ampla divulgação como os festivais de catira, festivais de música dentre outros eventos culturais.
A população da região supracitada é formada em sua maioria por descendentes de escravos e índios o que nos possibilitou vivenciar uma diversidade cultural muito rica. Para ilustrar elencarei algumas atividade culturais para dar inicio a construção desse trabalho.

Das festas tradicionais

Cito os festejos do Divino Espírito Santo, que é celebrado em quase todo o estado. Esta festa possuí vários momentos os quais são essências serem aqui descritos:
No primeiro momento os foliões do Divino se reúnem para girar a folia no sertão levando e pregando o evangelho à domicilio, neste ato eles representam/simbolizam os 12 apóstolos. No giro pelo sertão os foliões chegam há ficar entre 18(Peixe-TO.) e 40 dias ( na cidade de Natividade-TO.) até o encontro das folias(porque são 4 folias que saem para o giro em regiões distintas), visto que é um dos grandes momentos da festa.



Alguns dias antes da chegada das folias os festeiros(imperador, imperatriz, capitão do mastro e rainha do mastro) responsáveis pela festa(que são escolhidos por sorteio anual entre as famílias da cidade) se preparam para receber os munícipes, os visitantes e os devotos do Espirito Santo. Esta preparação envolve muitas pessoas, onde as boleiras tem seu lugar de destaque elas trabalham voluntariamente fazendo/confeccionando bolos típicos(amor-perfeito, douradinho, trovão, pipoca, dentre outras delícias) todos preparados à base de polvilho de mandioca.




Além dos bolos ainda são oferecidos às pessoas que participam dos festejos os licores feitos com frutas da nossa região como o jenipapo, o murici, e o araçá.
O momento crucial da festa é a levantada do mastro na porta da igreja e a coroação do imperador no dia seguinte.




Ainda sobre as sequencias de acontecimentos que regem o festejo acima mencionado, temos a súcia, esta é de origem escravocrata. Segundo os saberes da cultura popular, eram os escravos que ao redor de uma fogueira batiam tambores e entoavam cantos lembrando os tempos de outrora e sua terra natal. O canto mais conhecido da súcia tocantinense é a Jiquitaia, que tem como letra:” Formiga que dói é a jiquitaia...” Além desse muitos outros cantos de autores desconhecidos (não se sabe quem compôs) fazem parte de tradição secular, as músicas cantadas nas rodas de súcia, são de domínio popular, uma vez que fazem parte da cultura. Letras como estas:

a) Formiga que doi ...
é a jiquitáia!
E Formiga que doi ...
é a jiquitáia!

b) Eu pisei na ponte...
A ponte tremeu...
A agua tem veneno, morena.
Quem bebeu morreu!

c) Jacaré estava na lama
Debaixo da samambaia
Quero conversar com a moça
Mais a velha me atrapalha.



De acordo os mais velhos, o canto sobre as jiquitaias tem sua origem nas senzalas, pois, estas dependências destinadas aos escravos eram constantemente invadidas por essas formigas de picadas dolorosas, e os negros logo a colocaram em no som musicalizado dos tambores, que a tradição incumbiu-se de preservá-la, perdurando até os dias atuais dentro da cultura religiosa, os festejos do Divino Espírito Santo. O certo é que não se tem uma explicação de como essa parte da dança/súcia foi introduzida nos festejos de coroação, este de origem portuguesa.
Falar das festividades religiosas demanda um bom tempo, haja vistas que a cultura religiosa em Peixe, bem como em Todo o estado do Tocantins é muito forte, a festa do Divino é apenas uma das muitas que se seguem realizando tradicionalmente em suas respectivas datas, cito como exemplo a Festa de Reis(janeiro), São Sebastião(janeiro), Nossa Senhora Santana(julho), Nossa Senhora D`Abadia(agosto), Senhor do Bonfim(romaria no município de Natividade-TO., celebrado no mês de agosto). No entanto, faz-se necessário enfatizar de que dentre todos os festejos supramencionados, apenas o do Senhor do Bonfim e de São Sebastião não tem coroação, levantado do mastro, isto, não seguem o mesmo padrão descrito do Festejo do Divino Espírito Santo.

http://www.youtube.com/watch?v=zagnz6U7VXU&feature=related

As comidas típicas
Na região sul do estado do Tocantins os pratos típicos da culinária são bem variados pois, advém de culturas de povos distintos como os negros e também os indígenas. Por estarmos situados às margens do rio Tocantins e por estarmos diretamente inseridos em um contexto diversificado étnico o peixe é um dos principais alimentos ingeridos regularmente pelos tocantinenses e os peixenses (comunidade) não fogem a regra. São inúmeras os pratos que se fazem como o peixe no leite, peixada, peixe na folha de bananeira e peixe frito (para ser consumido com arroz branquinho) dentre outras variedades. Os afrodescendentes também possuem uma rica influencia na gastronomia do supracitado estado e também na nossa região (sul do estado) a exemplo cito a carne de sol, com a qual se faz o tradicional arroz serigado com pequi, carne de sol com quiabo, com abobora, a paçoca de pilão e muitos outras derivações advindas da cultura negra.
Das rezas e crendices
Não poderia ser diferente, ainda temos muitas rezadeiras de benditos, um canto típico entoado no final dos terços (santo rosário) nas casas das pessoas da comunidade. A maioria das famílias católicas dessa região têm um santo que acreditam (fé) ser o protetor de toda a sua geração e descendentes . Em minha família, por exemplo, há dois santos protetores São Bartolomeu (família materna) e Santos Reis(família paterna). O que é interessante é que a imagem do santo vai passando de geração em geração ao primeiro filho para continuar a tradição de celebrar a devoção e a união dos familiares e amigos. São Bartolomeu ao qual me referi é uma imagem toda feita/entalhada em madeira e acredito ter mais de 100 anos, era da mãe da minha avó(esta morreu com 101 anos de idade), a imagem passou para a minha avó e hoje está com minha mãe( e num futuro bem distante irá para a minha irmã mais velha) é assim que a tradição vai se perpetuando ao longo dos anos.
Ainda sobre rezas, mas agora de cura ... também é costume as pessoas levarem crianças para serem bentas de quebranto, mal olhado, dor de cabeça e outros males. Mas apenas as senhoras mais velhas detém esse conhecimento/saber. O fato é que o ensinamento também ocorre de pai para filho e assim a crença e o saber também se matem anos a fio.
Das estórias ribeirinhas as que mais encantam dentre muitas outras são: a que fala sobre o negro d`água, contam os mais velhos que é um negrinho que costuma(va) virar as canoas dos pescadores quando estes estavam pescando em demasia. E a que relata o porquê do nome Peixe na cidade: contam os mais velhos em tempos muito remotos quando ainda era o arraial de “Santa Cruz das Itans” veio uma grande enchente que mudou para sempre a rotina dos moradores deste pequeno povoado às margens do rio. Devido a grande enchente ocorrida na região, o rio Tocantins despejou suas águas nas vazantes, indo atingir uma grande lagoa situada a dois quilômetros do povoado. Quando as águas baixaram um peixe de tamanho colossal ficou preso no saranãs da lagoa, onde morreu quando o rio Tocantins voltou ao seu leito natural e a lagoa tornou-se rasa. Dizem ainda, que o peixe era tão grande que quatro mulheres batiam roupas para lavar em sua cabeça. Quando se deu a estiagem e as aguas baixaram vinha uma caravana que vinha de Vila Boa de Goiás com destino a Natividade encontrou o dito peixe(animal) já em estado de decomposição, depois deste ocorrido, os viajantes diziam, “vamos passar pelo rio onde foi encontrado o peixe”. Mas com o passar do tempo foram abreviando a frase até dizerem apenas: “passaremos em Peixe”. E assim ficou batizado nosso município. Não só ele leva este nome, mas também o córrego pelo qual subiu o gigantesco peixe e a lagoa onde foi encontrado. Ambos ficaram conhecidos por córrego do Peixinho e lagoa do Peixe.




Receitas típicas

São muitas as receitas de comidas, bolos e bebidas que fazem parte da cultura tocantinense, para melhor compreensão segue algumas das principais receitas dessa terra onde o sol nasce para todos, onde no Brasão da bandeira está escrito uma afirmação em tupi para o povo tocantinense e também para todos os cidadãos que escolheram este Estado como sua terra: “CO YVY ORE RETAMA”, que em português significa esta terra é nossa!!!!
Faz-se necessário enfatizar de que as receitas abaixo foram extraídas do livro “Receitas para o corpo e para a alma”, ditadas pela ilustre boleira Deuselina Oliveira Ponce (mãe Deusinha, como é conhecida na região sul do estado, pois, em tempos de outrora trouxe ao mundo muitas crianças, trabalhando de parteira), esta coletânea foi organizada por sua filha a Dra. Darlene Magalhães que o fez como homenagem aos seus 90 anos de idade comemorados em 2010.



Vale a pena enfatizar de que na região Sul do estado tem muitas boleiras, e em Peixe já foi ministrado até cursos de bolos típicos ofertados pela prefeitura Municipal de Peixe em parceria com o SESI, onde uma boleira local(Ana Bispo de Queiroz) foi a ministrante. Esse curso foi realizado com o intuito de preservar essa cultura imaterial, que apenas as senhoras já de idade conhecem essas receitas que dão sabor à nossa cultura. Da esquerda para a direita, às senhoras que estão sentadas: Ana Bispo, Luzia, Pombinha, Maria de Osana e Deuselina (Mãe Deusinha), todas boleiras da
supramencionada cidade, senhoras responsáveis e detentoras de receitas deliciosas.




Referencias bibliogáficas


PONCE, Oliveira Deuselina. Receitas para o corpo e para a alma.(org. Darlene Magalhães) - Goiânia: Kelps LTDA,2010.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=zagnz6U7VXU&feature=related

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   A centenária cidade de Peixe, completa 129 anos de emancipação política no dia 20 de junho de 2024.    A melhor forma de homenagear a cid...